Valente Valentina

Me chamo Beatriz tenho 25 anos, tenho uma filha de 6 anos e sou casada a 9. Eu e meu esposo decidimos ter outro filho, então eu falei que iriamos tentar somente até a minha filha mais nova completar 6 anos. Dia 25 de maio ela iria completar 6 anos e no dia 23 descobri que estava grávida, apenas 2 dias antes da data que iriamos parar de tentar. Enfim grávida, que maravilha… até que com 8 semanas, o primeiro desespero. Eu tive um sangramento, corri para maternidade e o diagnóstico foi ameaça de  aborto, uma semana usando ultragestam e repouso absoluto, 9 semanas ultra para ver a baby e tudo ocorrendo muito bem. Com 11 semanas ultra de  rotina e então meu chão caiu. Minha bebê estava com uma massa na nuca, o médico solicitou para refazer a ultra depois de 2 semanas para confirmar. Com 13 semanas e lá estávamos nós, ansiosos e na esperança da massa ter sumido até que foi confirmado e estava muito aumentada 7.8 mm e nossa bebê também estava com hidropsia fetal. Dai então começou a nossa luta: 16 semanas higroma cístico, 20 semanas oligodramínio e internação suspeita de bolsa rota, 22 semanas hidropsia fetal, higroma cístico, hidronefrose bilateral, oligodraminio, ausência do osso nasal e mãos fechadas. Com 23 semanas, suspeita de síndrome de turner. 24 semanas oligo absoluto, totalmente sem líquido amniótico, 26 semanas cardio múltiplas má formação no coração, suspeita e confirmação da síndrome de Edwards. 31 semanas internada por ter 2cm de dilatação. Uma semana internada sem ter um médico que queria fazer meu parto (isso que era hospital particular), uma semana entrando em trabalho de parto e eles inibindo, recebi alta no sábado, fui para casa ainda com 2cm de dilatação, na terça de madrugada voltei ao hospital com dilatação total, eu estava com 32 semanas. Nossa Valente Valentina veio ao mundo dia 11/12 às 1:21 da madrugada pesando 1.530kg. Minha guerreira nasceu de parto normal e faleceu no trabalho de parto, nossa menina já nasceu sem vida, infelizmente. Eu implorava pra Deus naquela sala de parto me deixar ficar com ela ao menos por alguns segundos, o quanto berrei quando não ouvi seu choro. A única coisa que eu ouvia era a voz da minha mãe tentando me acalmar enquanto todo resto estava mudo apenas trocando olhares, chorei quando te levaram para longe de mim sem saber oque estava acontecendo mas metade de mim morreu quando ouvi o pediatra me dizer “ela faleceu, não havia nada que pudéssemos fazer”. Ali o meu mundo caiu. Me perguntei porque meu Deus se a gente lutou tanto, porque essa injustiça comigo…. como pode uma mãe perder sua filha tão desejada, a lei da vida não é uma mãe enterrar um filho…. Queria tanto  ter ela em meus braços!  Ver ela naquele caixão foi a maior dor sentida em toda minha vida. Obrigada minha pequena, mil vezes obrigada por me escolher para ser a mãe de um lindo anjo pra sempre e eternamente minha Valente Valentina.